A arte, no ambiente escolar, reflete uma crescente necessidade pela busca de um espaço de expressão da criatividade, onde possa haver a construção de conhecimento estético e a liberdade de expressão, entendidas como possibilidade de criação e desenvolvimento da imaginação além dos “moldes” do conhecimento pré-estabelecido. Analisar obras de arte consagradas é uma importante iniciativa de conhecimento histórico, desde que a “cultura” seja entendida como um processo em construção dentro das relações sociais e que o conceito de arte se torne progressivamente mais abrangente, incluindo as manifestações culturais e estéticas de diferentes povos.
A convivência com bens culturais e com os códigos de interpretação desses bens, pode encontrar na escola e nas aulas de arte, um meio de apropriação do conhecimento de diferentes culturas, reinterpretadas num processo de construção de uma sensibilidade estética e de desenvolvimento de um olhar crítico em relação à arte.
Um aluno criativo pode criar e recriar seu mundo e a si mesmo, dentro e fora do universo escolar, num natural inconformismo com o “pronto”, o “estabelecido”. Para viver a criatividade como um potencial humano é preciso viver a capacidade de crítica, a atitude de pensar o mundo e refletir sobre tal pensamento como um processo em construção do qual se é mais que espectador, se é autor do processo.
Texto retirado do artigo: AS IMPLICAÇÕES POLÍTICAS DO ENSINO DE ARTE NO BRASIL Maria Lúcia Wochler Pelaes