quarta-feira, 13 de junho de 2012

Ordem, Educação e Progresso A relação de distanciamento entre eleitores e elegidos é grande, falta ao povo o conhecimento crítico, uma das habilidades mais necessárias e ao mesmo tempo mais difíceis de praticar em qualquer campo do conhecimento. A televisão atinge hoje, milhares de lares brasileiros, de todas as classes sociais, ou seja, são horas assistindo a lixo. Há quase uma unanimidade da mídia em defender pontos de vista de uma ideologia neoliberal, então se assimila essa ideologia acreditando que o desemprego, a exclusão social, a má distribuição de renda, a pobreza, o analfabetismo são situações inevitáveis. Não se tem consciência que esse rumo pode ser mudado com o empenho da sociedade civil. Como essa situação poderia mudar através da educação? Não se pode fazer uma mudança profunda na escola enquanto não se faça uma mudança social também profunda. Mas já que essa mudança total e profunda não vem, o que se pode mudar é a postura da escola, do professor. A partir do momento, que o professor nega essa mentalidade neoliberal e toma como seu o compromisso de formar em seus alunos um espírito crítico, ele será um elemento modificador não conservador. Mostrar-lhes a causa da pobreza, do desemprego, do analfabetismo, como a classe dominante se mantém no poder e com os oprimidos podem modificar sua situação. Como disse Paulo Freire: ‘ Trata-se na verdade (...), desafiar os grupos populares para que percebam em termos críticos, a violência e a profunda injustiça que caracterizam sua situação concreta não é destino certo ou vontade de Deus, algo que não pode ser mudado.” "O capitalismo de hoje não recusa o direito à escola. O que ele recusa é mudar a função social da escola." - (A. Lettieri)

terça-feira, 10 de abril de 2012

Declaração de amor a Pedagogia


Eu juro,
Juro que criei esse blog para escrever descontraidamente, ludicamente, poeticamente.
Desisti, porque escrever assim, é vocação.
Não me pergunte a razão, não sei, só sei que prefiro leitura técnica, escrita técnica, especialmente relacionado a Pedagogia, essa senhora idosa, geniosa e complexa.
Minha vocação é a pedagogia... com todos os seus percalços.
Essa senhora me cativou desde muito cedo, e uma vez junto dela, conheci muitos teóricos que constituíram a profissional que sou hoje.
Mas, não sou cega, sei que a Pedagogia precisa ser repensada, a escola pública renovada, socialmente a escola só será reconhecida quando der o retorno que a sociedade precisa: ensinar; e as políticas públicas deveriam contribuir para isso.
Nóvoa, em seu texto, Pedagogia: A Terceira margem do rio diz que "o maior desafio da Pedagogia hoje é ensinar os que não querem aprender" e argumenta ainda que, uma pedagogia nas mãos dos professores conseguirá reintroduzir sentido na escola e nas aprendizagens...Todos os personagens envolvidos devem dar sua parcela de contribuição, com ética, compromisso.
Hoje ouvi discursos que me preocuparam,e me remeto a Paulo Freire (Pedagogia da Autonomia): "Um dos piores males que o poder público vem fazendo a nós, no Brasil, historicamente, desde que a sociedade brasileira foi criada, é o de fazer muitos de nós correr o risco de, a custo de tanto descaso pela educação pública, existencialmente cansados, cair no indiferantismo fatalistamente cínico que leva ao cruzamento dos braços. "Não há o que fazer" é o discurso acomodado que não podemos aceitar.
A luta é grande e árdua, muito há o que fazer, mas juntos podemos muito. A vida é assim, dura e doce, leve e pesada, desistir é a maior das derrotas.
Por Paulo Freire,
Amém!

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Vergonha, Náusea

#Uma operação deflagrada pela Polícia Federal (PF) na manhã de hoje resultou na prisão de oito dos 24 deputados da Assembleia Legislativa de Rondônia. Entre os sete componentes da Mesa Diretora da Casa, apenas um não foi acusado de envolvimento em suposto esquema de fraudes em licitações e contratos do governo do Estado.#
economia.uol.com.br

PARABÉNS À POLÍCIA FEDERAL POR MAIS ESSA AÇÃO!!!

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

A vida de palhaço do professor no Brasil


Dia 24/02/11, o ministro Fernando Haddad anunciou o novo piso salarial dos professores, que será de R$ 1.187,97 em 2011.O valor representa alta de 15,84% sobre os R$ 1.024,67 adotados no ano passado.
Não se alegre caro colega. Vamos por partes...
No discurso de posse, a presidente Dilma defendeu a valorização do professor com remuneração digna e formação continuada:

"[...] Mas só existirá ensino de qualidade se o professor e a professora forem tratados como as verdadeiras autoridades da Educação, com formação continuada, remuneração adequada e sólido compromisso com a Educação das crianças e dos jovens.
Somente com avanço na qualidade de ensino poderemos formar jovens preparados, de fato, para nos conduzir à sociedade da tecnologia e do conhecimento". (Dilma Rousseff, 1º de janeiro de 2011)

Pensei... Nossa, agora vai, não vamos mais estar na "rabeira da cadeia profissional".
Então vem o anúncio do piso que o MEC , por lei não pode decretar esse aumento. Para Luiz Araújo,assessor de financiamento educacional da Undime: "Como fazem uma lei sem indicar quem decreta o reajuste? (...)"
Irônico?

Está aí rindo? Hummm... Chorando? Indignado? Marginalizado? Desvalorizado???!!!!!!!!
Calma, há uma série de providências repasses, despachos que o Mec fará.
Tem mais, segundo o CNTE (Confederação dos Trabalhadores em Educação) o valor atualizado do piso deveria ser R$ 1.597,87, considerando a aplicação do percentual de 21,71% sobre R$ 1.312,85, praticado em 2010.

O Professor Dermeval Saviani, em entrevista à Nova Escola, aborda dois pontos importantes em se tratando de políticas de valorização do magistério: 1º) Aumento do piso, jornada de trabalho reduzida em 50 % e o restante para preparar aulas, avaliar a aprendizagem dos alunos, relacionar-se com a comunidade, além de participar da elaboração e da implementação do Projeto Político-Pedagógico da escola.
2º) Aumentar significativamente e de forma imediata os recursos destinados à Educação. O aumento de recursos certamente não é uma condição suficiente, mas é, inegavelmente, condição prévia, necessária e indispensável.
Saviani conclui: "Esperemos, então, que a presidenta Dilma reverta a meta de 7% enunciada no projeto de PNE e destine para a Educação, já no orçamento de 2012, o índice de 10% do PIB aprovado por unanimidade na Conferência Nacional de Educação (CONAE) no início de abril de 2010. Com essa decisão ela estará tomando uma medida de impacto."

=== PARTE 2 ====
Presidenta, olhe por nós professores, faça com que a Educação seja tratada como uma questão de Estado!!
Nos ajude a não desistir...
Por Paulo Freire, Amém!!

terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Apaixone-se definitivamente pelo seu sonho: o sonho de ninguém deve ser mais apaixonante que o seu.

Apaixone-se pelo seu talento, mesmo que seu senso crítico insista para você escolher realizar outras coisas mais "convenientes".

Apaixone-se pelo seu corpo, mesmo que ele esteja fora de forma, pois de "qualquer forma" ele é a única casa que você possui.

Apaixone-se por aquelas besteiras saudáveis que passam por sua mente entre um e outro momento de estresse, eles ajudam a sobreviver.

Apaixone-se por alguém, não espere alguém se apaixonar antes por você, só por garantia e segurança.

Apaixone-se mais pelo significado das coisas que você conquistar do que pelo seu valor material.

Apaixone-se por suas idéias, mesmo que tenham dito que elas não serviam pra nada.

Apaixone-se pela música que você pode ser para alguém !

Apaixone-se por ser humano!

Apaixone-se definitivamente por você!

Apaixone-se rápido!

O poder de decisão só pertence a Voce! .

sexta-feira, 23 de julho de 2010

Jornal Escolar como ferramenta pedagógica.



O uso do jornal escolar como ferramenta pedagógica tem como principal precursor o educador francês Celéstin Freinet (1896/1966). Antes dele existiram outras experiências de jornais estudantis porém vinculado ao movimento socialista, ainda no século XIX e algumas outras práticas sistêmicas propriamente escolares.
Mas é com Freinet que a proposta do jornal escolar e da expressão livre da criança ganham amplitude e coerência, integradas como peça central do pensamento pedagógico. Freinet não via muito sentido em deixar os textos das crianças presos em seus cadernos. Criou então uma nova prática: introduziu uma impressora em sala de aula para que as produções escritas e desenhos dos seus alunos ganhassem asas que as levassem além do muro da escola.
A partir daí passou a juntar os textos e desenhos dos alunos que seria enviado para as famílias lerem. Com essa nova prática,os textos dos alunos passaram a ter função social real, pois eram publicados e lidos pelos colegas, familiares e comunidade. Essa visão sistêmica constitui o pensamento mais profundo até hoje elaborado sobre o jornal escolar e suas contribuições nos processos de ensino-aprendizagem, e para o posicionamento da escola na sociedade da informação.
Portanto, coordenadores pedagógicos e professores, usem essa ferramenta preciosa incentivando seus alunos a produzir textos; pois a modernidade necessita de pessoas que saibam comunicar-se !!!

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Fórum Mundial de Educação Profissional e Tecnológica



O objetivo principal ao participar do Fórum, foi buscar um maior entendimento sobre educação profissional e tecnológica, e seus benefícios a curto e longo prazo para a sociedade de modo geral, como se pode verificar pelas experiências de outros países e também no Brasil nos vários trabalhos expostos no Fórum.
O local de realização foi o Centro de Convenções Ullysses Guimarães, Brasília-DF, no período de 23 a 27 de novembro de 2009.
O FMEPT faz parte do movimento pela cidadania e pelo direito universal à educação que vem sendo organizado pelo Fórum Mundial de Educação (FME) desde 2001.

O principal objetivo do FMEPT foi levantar propostas para o aumento da oferta de educação profissional e tecnológica, as quais se integram com a plataforma mundial de Educação.

A abertura oficial aconteceu no Ginásio Nilson Nelson, 23 de novembro de 2009, com a presença do Presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva e demais autoridades. No dia 24 de novembro de 2009, iniciaram-se as Conferências e demais trabalhos.

A programação do FMEPT foi dividida em três eixos temáticos. O primeiro tratou de Educação, trabalho e desenvolvimento sustentável; o segundo foi sobre Educação, culturas e integração e o terceiro discutiu Educação, ética, inclusão e diversidade.

Concomitante com as conferências, acontecia em outros auditórios do Centro de Convenções: atividades culturais, debates temáticos, atividades autogestionadas e atividades permanentes como Mostra estudantil de inovação tecnológica, mostra de artes visuais, pôsteres (cerca de 750 trabalhos desde o nível médio até pós-graduação, que mostraram conhecimento científico e a descoberta do universo da pesquisa por centenas de jovens estudantes), feira gastronômica, feira da economia solidária, feira do livro e biblioteca.

Os momentos mais marcantes foram as falas do economista Marcio Pochmann, na conferência Educação, trabalho e desenvolvimento sustentável, dia 24/11. Pochmann apresentou o cenário brasileiro para os próximos 30 anos que, segundo ele, haverá aumento da expectativa de vida, queda na taxa de fecundidade e competição acirrada no mundo do trabalho. Frisou que “a educação deverá ser contínua e as pessoas precisam saber como irão se educar”.

A segunda conferência deu-se no dia 25, quarta-feira, Educação, culturas e integração; o conferencista Leonardo Boff (filósofo e teólogo do Brasil e representante no Conselho da Terra)inicia sua fala dizendo que um “outro mundo não é possível, é necessário”, e acentua 7 pontos para reflexão.
01) A nova natureza do desenvolvimento tecnológico, onde a máquina ocupa o lugar do homem;
02) Surgimento da consciência planetária, movimento que cresce no sentido de sermos responsáveis pela Terra-Humanidade;
03) Legado dos astronautas, que vêem a Terra como uma unidade só, uma morada humana, um super organismo vivo produtor de vida;
04) Descoberta do mundo finito. A Terra é pequena com recursos limitados e não-renováveis, Faz-se necessário repensar estratégias de desenvolvimento dos países ricos;
05) A insustentabilidade da Terra. Reconhece-se que passamos 30% da capacidade da Terra de sustentabilidade. O planeta está doente e estamos no vermelho. E diz: “Nossos filhos e nossos netos nos acusarão de não termos cuidado da Terra... Amaldiçoarão-nos”.
06) Colapso do sistema econômico financeiro vigente;
07) Aquecimento Global.
Finaliza dizendo que é preciso criar novos sistemas de produção, baseados em inteligência e espiritualidade e não apenas na lógica econômica do mercado.

A quinta-feira, 26, foi tomada de muita emoção com a Caravana da Anistia, Sessão Pública do julgamento do processo de anistia política de Paulo Freire.
A Comissão de Anistia do Ministério da Justiça que analisou o requerimento feito pela viúva Ana Maria Freire, em 2007, sob a ótica de perseguição política sofrida pelo educador na época da ditadura, também pediu desculpas pelos atos criminosos cometidos pelo Estado. A anistia de Paulo Freire foi recebida às lágrimas pela viúva e pelo público de 3 mil pessoas no auditório principal. Também houve relatos de anistiados políticos, contando sobre os momentos de torturas sofridos nos porões da ditadura, pessoas que não se arrependem do que fizeram, mesmo diante de tantas perdas, foi uma demonstração de amor à Pátria, cidadania, democracia e, sem dúvida, os jovens e os ditos adultos que lá estavam presentes, naquele momento, naquele auditório, não saíram de lá os mesmos que entraram.




Após a sessão de anistia, Moacir Gadotti, conduziu a terceira e última conferência Educação, ética, inclusão e diversidade, ressaltando que “nosso país será plenamente anistiado quando não houver mais analfabetos”.


No dia 27, sexta-feira,o FMEPT encerra com a leitura do documento final com as contribuições resumidas de 15 mil pessoas, sobre as discussões acerca da educação e da formação profissional nas mais diversas áreas. Em suma, o texto defende a união entre trabalhadores, em oposição à concorrência deles. A carta também estabelece uma agenda, com compromissos públicos, como o de aumentar os instrumentos fundamentais para uma melhor educação.

Estiveram presentes estudantes, professores/as, pesquisadores/as, trabalhadores/as, Governos, sindicatos, associações e pessoas da sociedade civil de todo o mundo, cerca de 15 mil pessoas ao todo.




Foi uma experiência única como profissional e cidadã. Como profissional reforçou minha esperança na Educação e no ser humano digno de ter uma educação emancipatória; e cidadã por acreditar que o Brasil através de propostas e políticas públicas comprometidas com a Educação (e outros segmentos da sociedade), pode ser o “berço esplêndido” de muitos brasileiros que estão à margem da inclusão social.